sábado, 26 de maio de 2012

Mortalidade materna e financiamento são temas de seminário

A Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher do Conselho Nacional de Saúde (CISMU/CNS) realiza em Brasília, nos próximos dias 28 e 29 de maio, o Seminário Nacional: “O Enfrentamento da Morte Materna na Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher”. O evento vai reunir representantes de entidades feministas, pesquisadores, conselheiros de saúde, governo e convidados.

O objetivo do Seminário denominado é avaliar, discutir e propor estratégias de ações nacionais para o enfrentamento da morte materna na perspectiva da Política Nacional de Atenção Integral da Saúde da Mulher e sua implementação, além de fomentar à participação social e a discussão sobre a Política nos conselhos de saúde do Brasil.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 1990 a 2010, a taxa de mortalidade materna caiu de 141 para 68 mortes de mulheres para cada 100 mil nascidos vivos. A expectativa do governo é alcançar até 2015 a meta do milênio de 35 mortes maternas para cada 100 mil nascidos. Dez países já alcançaram a meta, como a Estônia e o Vietnã, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Financiamento

Para aprofundar os debates sobre a Lei Complementar nº 141, sobre financiamento em saúde, sancionada no início deste ano e que regulamenta a Emenda Constitucional 29/2000, a Comissão Nacional de Orçamento e Financiamento do CNS, promoverá o seminário “A Sociedade Controlando o Financiamento da Saúde – Lei Complementar nº 141/12”, entre os dias 29 e 30 de maio.

Um dos principais objetivos do seminário é consolidar o conhecimento de conselheiros nacionais, estaduais e municipais de saúde sobre a nova normativa que traz algumas mudanças para os conselhos de saúde relacionados à prestação de contas, entre outros pontos.

Entre os participantes estão, Ministro da Saúde, Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASEMS).

Informações no Conselho Nacional de Saúde

28 de Maio -  Todo mundo ligado na Mobilização pela Saúde da Mulher  e pela Redução da Morte Materna
A data marca o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna; principal objetivo é chamar a atenção da sociedade brasileira para o problema das mortes maternas e ampliar o debate público sobre os direitos das mulheres.
Na próxima segunda-feira, 28 de maio, redes e organizações da sociedade civil de diversos estados estarão unidas em uma campanha nacional em prol dos direitos das mulheres à saúde e à maternidade segura. A Mobilização pela Promoção dos Direitos das Mulheres e Redução da Morte Materna, que é realizada desde 2009, contará este ano com atividades que vão desde seminários, oficinas, rodas de conversas e debates até a organização de marchas com distribuição de materiais relacionados aos temas.
As atividades estão sendo realizadas desde o início do mês, com encontros de preparação dos eventos que acontecerão nos estados de Alagoas, Bahia, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, entre outros.
Atividades programadas
Na Bahia, ocorrerão um seminário e uma vigília, organizada por mulheres feministas, ambos sobre a redução da morte materna, além da distribuição dos materiais durante a Marcha das Vadias, no centro da capital, Salvador. Para Deise Queiroz, da Articulação de Jovens Negras Feministas, a Mobilização é estratégica para reiterar o perfil das mulheres que perdem a vida por causas relacionadas à gravidez no estado. “A Bahia é um dos lugares que têm índices muitos expressivos de morte materna, apesar dos avanços que a política tem surtido. E, em sua maioria, é o perfil racial, social e econômico que mapeia quais são as mulheres que falecem”, destacou.
No Rio de Janeiro, jovens da Rede Estadual de Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/AIDS realizarão uma oficina da temática; o terreiro Ilê Omolú e Oxum, localizado em São João de Meriti, realizará uma discussão ampliada sobre o tema. Ainda no Rio, estudantes universitários distribuirão os materiais da campanha pela redução da mortalidade materna na Estação de Metrô em São Cristóvão. Em São Paulo, será realizada no bairro do Campo Limpo uma atividade com foco em gestores/as de educação. Na Paraíba, uma roda de conversas vai movimentar a juventude e, no Rio Grande do Sul, haverá um seminário voltado para estudantes universitários.
Para Ângela Brito, da Rede Controle Social e Saúde da População Negra, a Mobilização é de “extrema importância para colocar as mulheres em evidência”. “As pessoas não têm acesso à educação, à informação, e essa falta influi diretamente na saúde (...) É preciso mostrar para essas mulheres quais são os seus direitos em relação à saúde e à doença”, disse a mobilizadora de Alagoas. Ela comentou ainda o fato de que, apesar do estado ser um dos menores do Brasil em extensão, é também um dos que têm os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs), o que afeta a população tanto do ponto de vista cultural quanto socioeconômico.
Para saber se a sua cidade está participando, acesse o Mapa de Atividades da Mobilização no link  http://bit.ly/Lmkx76 ou acompanhe as informações atualizadas sobre a ação na página do Facebook “Mobilização pelos direitos das mulheres e redução da morte materna”. Para mais informações e também para que a sua atividade seja incluída no mapa, envie os seus contatos (e-mails, telefones, organização que pertence, local/região) através da rede social ou por reducaomortematerna@gmail.com e promocaodosdireitos@gmail.com .

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Racismo e sexismo causam desigualdades
Por Nilza Iraci


Dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) em 2010 revelam que o Brasil é um país habitado por uma população de 191 milhões de pessoas. A população negra soma 97 milhões de pessoas e, pela primeira vez, é maioria no Brasil. As mulheres negras representam 49 milhões do total das brasileiras.
Trata-se de um contingente popu­la­cional exposto a diferentes formas de violência e mecanismos de exclusão dentro e fora das políticas públicas em decorrência da força com que o racismo, o sexismo e a lesbofobia incidem – e estruturam – a sociedade brasileira.
Ser mulher negra significa muitas coisas diferentes, porém tem em comum fortes marcas decorrentes da existência do racismo, que cria um conceito e uma hierarquia de raça, que, aliado ao sexismo, tem produzido historicamente um quadro de destituição, injustiça e exclusão.
As mulheres negras estão entre o segmento populacional que vivencia a situação de maior pobreza e indigência do país. Possuem menor escolaridade, com uma taxa de analfabetismo três vezes maior do que as mulheres brancas, além de uma menor expectativa de vida. São trabalhadoras informais sem acesso à previdência, residentes em ambientes insalubres e responsáveis pelo cuidado e sustento de seu grupo familiar. 60 por cento das famílias chefiadas por mulheres não possuem rendimentos ou sobrevivem com rendimento inferior a um salário mínimo.
Entre as diferentes ocupações exercidas pelas mulheres negras no Brasil, com maior destaque para a atuação no setor de serviços, são exer­ci­das com alto grau de in­for­ma­li­dade e em condições de exploração de mão de obra e baixos rendimentos. O trabalho doméstico cor­res­pon­de a aproximadamente quatro milhões de negras num universo estimado de cerca de sete milhões de trabalhadoras domésticas em atividade no país. As meninas negras representam cerca 75 por cento das trabalhadoras domésticas infantis, vivendo em regime de semiescravidão nas casas grandes modernas.

As mulheres negras contribuíram de forma inquestionável para a construção socioeconômica e cultural do país e têm participação decisiva nas conquistas de direitos das brasileiras. Sua luta contra o racismo e o des­mas­ca­ra­mento do mito da democracia racial têm conquistado o envolvimento e o comprometimento de outros setores da sociedade civil. Cabe destacar ainda o protagonismo especial das mulheres rurais e das quilombolas na árdua luta para a preservação e ti­tu­lação de suas terras e por um desenvolvimento sustentado para suas comunidades.
Há muito tempo, a mobilização política das mulheres negras tem apontado para o reconhecimento do papel do Estado na produção de ações capazes de reduzir o impacto que o racismo, o sexismo e a lesbofobia têm em suas vidas. Entretanto, o Estado não tem sido eficiente na construção de políticas capazes de enfrentar as discriminações e as demais ini­qui­da­des que excluem uma grande parcela da população brasileira, impedindo seu acesso às políticas sociais. Embora a implementação de algumas políticas para a questão racial, elas ainda não têm sido suficientes para produzir alterações significativas e imediatas na vida das mulheres negras.
A partir da consciência de sua dignidade, as mulheres negras, a despeito da profusão de violências, desvalorizações e violações de direitos que as atingem, permanecem atuantes de forma protagônica. A história das mulheres negras é, ao fim e ao cabo, a história da construção da democracia no país, pois uma nação democrática implica dar lugar a várias vozes e olhares muitas vezes silenciados e encobertos por mecanismos de discriminação.
As mulheres negras acreditam que a luta contra o sexismo, o racismo e todas as formas de preconceito é tarefa de todas as pessoas que acreditam na construção de uma sociedade justa e igualitária, onde todas as pessoas possam viver com dignidade e prazer.

* Presidenta do Geledés – Instituto da Mulher Negra e da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras em São Paulo(SP).

terça-feira, 10 de abril de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ESPP CONVIDA WEBCONFERÊNCIA
Racismo Institucional como Determinante Social da Saúde.
Data: 11 de Abril de 2012.
Horário: 14h00 às 17h.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra - PNAISPN, instituída por meio da Portaria MS/GM nº992 de 13/05/2009, tem como objetivo promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo institucional e discriminação nas instituições e serviços do SUS. Considerando que estes aspectos contribuem para o adoecimento das pessoas, uma vez que são   determinantes sociais da saúde.
De acordo com a OMS “os determinantes sociais da Saúde – DSS, são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham”  e impactam   na qualidade de vida das pessoas.  Portanto, algumas situações como pobreza, baixa escolaridade e baixa qualificação profissional, insegurança alimentar,  segurança publica insuficiente,  falta de higiene, acesso a água tratada e coletiva de lixo, discriminação e outros fatores, que aumentam as iniquidades e  contribuem para o adoecimento e morte das   populações mais expostas a estes riscos.
Este evento vai possibilitar o debate sobre o tema na  perspectivas da educação, segurança publica e saúde. As discussões possibilitarão aos participantes a ampliação do entendimento do processo de adoecer para além da saúde, portanto, um momento que possibilitará uma aproximação de assuntos diversos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e que dará subsídios para que os profissionais apoiem os municípios quanto à implantação e implementação da Política no Estado.
PROGRAMAÇÃO
14h-14h:20:  Racismo Institucional - Panorama geral - Heliana Hemeterio - Professora e Historiadora - Rede de Mulheres Negras
14h20-14h40: Racismo Institucional  na Educação    Solange Duarte - Professora da Rede Estadual de Educação – SEED
14h40-15h00: Racismo Institucional  na Segurança Pública   - Jaime Tadeu - Associação Cultural de Negritude e Ação - ACNAP
15h -15h20: Racismo Institucional na Saúde – Michely Riberio da Silva  - Psicologa - Rede de Mulheres Negras
15h20-17h: Perguntas e Respostas – Mediadora  Isa Hermann  - Enfermeira  - SESA
PARA ACESSAR A WEBCONFERÊNCIA NO DIA DO EVENTO O SITE: www.escoladesaude.pr.gov.br
CLIQUE NO BANNER A DIREITA 

Cursos de inverno na ENSP

Abertas inscrições para cursos de inverno na ENSP
Estão abertas as inscrições para mais uma edição do Seminário David Capistrano da Costa Filho de Atualização em Saúde e Ambiente, promovido pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP. A sétima edição dos Cursos de Inverno acontece no período de 9 a 27 de julho de 2012 e traz 21 disciplinas de curta duração que abordam diferentes aspectos conceituais nessa área temática. As inscrições estão abertas até o dia 15 de junho e devem ser feitas pelo endereço eletrônico selribeiro@ensp.fiocruz.br.
Os Cursos de Inverno da ENSP têm o objetivo de permitir aos pesquisadores e alunos de diferentes programas de pós-graduação acesso ao que de mais recente vem se produzindo na área de Saúde e Ambiente.  A diversidade de temas oferecidos contribuiu para a inscrição de mais de 200 candidatos em cada uma das duas últimas edições.
A cada nova edição o Seminário David Capistrano busca ampliar a abrangência temática dos cursos ofertados em função das necessidades observadas nesse campo de atuação, segundo o coordenador Sergio Koifman.
Em 2012, serão oferecidos 21 cursos, dos quais sete são inéditos: Contaminantes químicos ambientais em água de abastecimento público, que analisará a toxicidade dos principais contaminantes da água para consumo humano; Metodologias de avaliação de risco para a exposição humana à contaminação ambiental, que debaterá os métodos de avaliação de risco para saúde humana decorrentes de exposições ambienatais e sua aplicação; Tópicos de biologia molecular aplicada à pesquisa ambiental e ao diagnóstico clinico, onde serão discutidas as principais aplicações da biologia molecular no campo da pesquisa ambiental e clínica; Introdução à toxicologia forense, abordando as bases conceituais e aplicações desse importante campo do conhecimento em expansão; Ecogenotoxicologia e avaliação da qualidade ambiental, que apresentará o debate sobre os  danos causados por agentes genotóxicos e os principais testes utilizados atualmente para avaliá-los; e Saúde ambiental infantil, que debaterá os efeitos de diversas  exposições ambientais no organismo da criança e como elas podem impactar seu estado de saúde tanto durante a infância como durante a vida adulta.
Veja mais informações no

Encontro Estadual das Mulheres Rumo à Rio +20


Data: 28 de abril de 2012
Horário: 09 as 18hs 
Local: Escola Municipal Calouste Gulbenkian
Rua Prof. Clementino Fraga - Cidade Nova - RJ

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Saúde da Mulher Negra e a Rede Cegonha

Centro de Estudos: SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
DIA: 10 de Abril  de 14:h às 17:h
TEMA:  CEGONHA CARIOCA
 EXPOSIÇÃO: Diana do Prado Valladares, Kátia Silva da  Superintendência de Maternidades/SUBHUE/SMSDC-RJ
DEBATEDORA:  Lúcia Xavier - ONG Criola
LOCAL:  Auditório CAP 1 - Rua Evaristo da Veiga nº 16, 2º andar – Centro
PÚBLICO: participantes do Comitê de Saúde da População Negra, conselheiros distrital, profissionais de saúde  e movimento social.
APOIO:  DAPS- CAP 1

sexta-feira, 23 de março de 2012

Governo Dilma & Controle Social

Estamos vivendo uma situação sem precedentes de desmantelamento do controle social da resposta à epidemia de HIV-Aids no Brasil. O sucesso da política brasileira sempre esteve pautado num trabalho conjunto entre Estado e sociedade civil organizada, que não apenas cobrava ações efetivas das autoridades – como foco nos direitos humanos – mas também era protagonista no desenho e implementação das políticas. Que não se enganem os céticos em relação ao papel e importância desses grupos: certamente a crise das associações que trabalham com o HIV e mesmo os grupos de pessoas vivendo com o HIV é a crise da resposta brasileira à epidemia.
Recentemente, importantes organizações dedicadas ao tema do HIV-Aids fecharam suas portas depois de anos de serviço público relevante. A ameaça do fechamento também paira sobre outras organizações históricas que enfrentam crises severas de recursos, mas que não nomearemos aqui em respeito às próprias organizações, que devem decidir o momento e a forma de tornar pública suas situações. Algumas, tais como o Grupo SOMOS (Rio Grande do Sul), O GAPA de Minas Gerais e o GAPA de São Paulo já comunicaram publicamente a suspensão de atividades.
Embora a atual crise não seja a primeira enfrentada por organizações desse tipo, certo é que essa é diferente, na medida em que é mais severa e mais invisível. Podemos dizer que parte da origem desta crise reflete um recuo financeiro da cooperação internacional que tem sido o modelo base do financiamento das ONGs neste campo no país. A origem deste recuo tem por base dois fatores fundamentais – a crise financeira internacional dos paises desenvolvidos e a nova projeção do Brasil no cenário internacional, que coloca o país no papel de doador de recursos e não mais receptor – causando uma falsa percepção de que os problemas internos estão resolvidos.
Vale dizer que esse recuo não afeta apenas as ONGs que atuam no campo do HIV-Aids, e sim boa parte das ONGs brasileiras que dependiam desse modelo de cooperação internacional para prestar um valioso papel na defesa do interesse público e na luta por políticas públicas que universalizem direitos e cidadania no país. Apesar de terem sido fundamentais para a realização de eventos históricos como a Cúpula dos Povos durante a ECO 92 e o Fórum Social Mundial, além de terem conquistado o direito de participar de diversas negociações internacionais, entre outros feitos, as ONGs brasileiras estão cada vez mais reduzindo suas equipes e frentes de atuação por falta de recursos. Isso significa que as muitas contribuições e conquistas realizadas em anos de luta estão sendo retribuídas com silêncio e abandono, ao invés de um debate público que proponha alternativas reais para a sobrevivência dessas organizações.
Fonte: Blog Saúde com Dilma
Cartão SUS agora é para valer

A Portaria N° 763, de 20 de julho de 2011 , do Ministério da Saúde, diz qeu todo cidadão brasileiro deverá ter em mãos o Cartão Nacional da Saúde (CNS) para ser atendido nos locais que prestam serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até mesmo aqueles que possuem plano de saúde ou habitualmente realizam consultas e outros procedimentos de forma particular devem possuir o Cartão.
Em todos os atendimentos feitos em estabelecimentos de Saúde, o usuário terá de informar o número do seu Cartão Nacional do SUS, não importando se o atendimento é pelo Sistema Único, particular ou por plano de saúde. O número será solicitado no ato da admissão do paciente.
O preenchimento do número do CNS do usuário é obrigatório para o registro dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares nos sistemas de informação do Ministério da Saúde.

O cadastramento é feito pelas prefeituras e remetido ao governo federal. O CNS tem o formato de um cartão de crédito e contém uma etiqueta com dados pessoais do usuário e o número nacional, fornecido pelo Ministério da Saúde depois do pedido de cadastramento. Cada número é único e exclusivo para cada cidadão, e é válido em todo o Brasil. Foi criado para ser o cadastro único de todos os usuários do SUS e centralizar todas as informações sobre o paciente.

Por intermédio dele, o histórico de atendimento do usuário poderá ser acompanhado em qualquer unidade de saúde em todo o país. Esse acompanhamento também pode ser feito pelo portador do cartão em área restrita do site doPortal de Saúde do Cidadão , onde constarão informações individuais sobre os contatos com o SUS. As informações disponibilizadas permitem saber quem foi atendido, onde, por quem e com qual tipo de problema, os remédios, os exames e os pedidos de consulta feitos em todo o território nacional.

As pessoas que não tiverem o Cartão de Saúde não serão impedidas de receber atendimento em qualquer estabelecimento público de saúde. A meta do Ministério é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros até 2014.
Foto: google

quinta-feira, 22 de março de 2012

UNFPA e CRIOLA promovem atividade de formação sobre gênero, raça e controle social de políticas públicas de saúde das mulheres
Com o intuito de contribuir no aprimoramento do exercício de controle social de políticas públicas de saúde das mulheres, numa perspectiva de gênero, raça e geração, cerca de 35 integrantes de redes e organizações de diversos locais do Brasil, que já trabalham com as temáticas, participarão no período de 26 a 31 de março da atividade de   formação “Interseccionalidades de raça, gênero e geração nas Políticas e no Orçamento Público, com foco na saúde das mulheres negras”, promovida em Brasília pelo UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, por meio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
A atividade, realizada em parceria com a ONG Criola, ocorre no mês em que o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher e o Dia da Eliminação da Discriminação Racial, respectivamente 8 e 21 de março, e tem como objetivo subsidiar lideranças na formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas utilizando o Plano Plurianual (PPA ) como instrumento  de controle social e, ao mesmo tempo, mobilizar a sociedade para a defesa do direito à saúde das mulheres e de seus direitos reprodutivos.
“Com atividades como esta, desenhadas numa perspectiva de direitos humanos, gênero, raça e geração , pretendemos estimular a interação entre as lideranças adultas e jovens do movimento de mulheres negras, movimento feminista, de pessoas vivendo com HIV /aids e do movimento negro que atuam em defesa dos direitos das mulheres, com atenção especial para o direito à saúde sexual e reprodutiva. As organizações e redes indicaram participantes porque a idéia é que essas pessoas compartilhem as informações e as lições aprendidas com seus pares, com os demais membros dos coletivos onde atuam”, explica Fernanda Lopes, Oficial de Programa em Saúde Reprodutiva e Direitos do UNFPA.
Por meio de exposições dialogadas, exercícios em grupo e outras metodologias participativas, o público fará um resgate de sua experiência de ativismo no contexto das grandes conquistas por direitos – conferê ncias mundiais, Constituição brasileira, criação do Sistema Único de Saúde, instituição da Política Nacional de Saúde Integral das Mulheres, instituição da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, conferências de saúde, promoção da igualdade racial, política para as mulheres, juventude, além de receber orientações estratégicas sobre como comunicar para a defesa do direito à saúde das mulheres, com foco na saúde sexual e reprodutiva e na redução das mortes maternas. Ainda será feito um panorama sobre a história e desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua funcionalidade como política de Estado para todas e todos.
As e os participantes também estarão em contato com os princípios fundamentais do orçamento público e da gestão por resultados orientada por princípios de Direitos Humanos. Terão acesso a informações qualificadas sobre p lanejamento e Plano Plurianual (PPA) , Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e seus mecanismos para promoção da igualdade.
Redes e organizações
Estarão presentes no evento membros das organizações: Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Comissão estadual de enfrentamento à violência sexual mulheres, GYCA, RNAJVHA - Rede de Jovens Vivendo com HIV/Aids, Rede Nacional de Negras e Negros LGBT, Articulação Negras Jovens Feministas, Arco Íris, Movimento de moradia para mães solteiras, CEAFRO, Odara - Instituto da Mulher Negra, Associação Cultural de Mulheres Negras, Rede Lai Lai Apejo: População Negra e Aids, Unegro, Nação Hip Hop Brasil, União da Juventude Socialista, Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, Rede de Comunidade Saudável, Núcleo de Jovens de Criola em Magé, Fórum Nacional de Juventude Negra, Fórum de Ações Afirmativas, Movimento de Juventude Negra, Nepaids , Ashoka, Movimento Nacional das Cidadas Posithivas, Rede Mulheres Negras do Paraná, Rede Nacional Afro-Atitudes, Sapatá - Rede Nacional de Promoção e Controle Social das Lésbicas Negras, Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, Coletivo Pretas Candangas e Rede Feminista de Saúde.
Por Midiã Santana

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Rio de Janeiro sedia encontro nacional para as mulheres de terreiro

III Encontro Nacional Mulheres de Axé

Nos dias 09 e 10 de março, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde vai realizar no Rio de Janeiro, o III Encontro Nacional Mulheres de Axé.
O encontro conta com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Ministério da Saúde e Fundo de População das Nações Unidas.  

O evento tem como objetivos:
- contribuir para o fortalecimento do ativismo das mulheres de terreiros e para a ampliação da participação das mulheres nos espaços de defesa dos direitos e controle social de politicas públicas,
- qualificar as informações sobre direitos sexuais e reprodutivos,
- estimular o desenvolvimento de ações de promoção dos direitos e da autonomia das mulheres.

Para fazer sua inscrição basta clicar em http://www.formfacil.com/redereligioesafro/mulheresdeaxe

Informações no semireligafro2007@yahoo.com.br

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Participe da Oficina sobre a Mortalidade Materna

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e a ONG Criola convidam para participação em Oficina sobre Mortalidade Materna na região metropolitana I e II do estado do Rio de Janeiro a se realizar dia 13 de fevereiro às 14h, na Av. Presidente Vargas, 482/SL 203- Centro/RJ(entrada pela Rua Miguel Couto).

Essa é uma  atividade de preparação para mesa de negociação com gestores públicos  com objetivo  de criar oportunidades para implementação das ações propostas pelo comitê CEDAW/ONU como resultado do julgamento do caso Alyne ( jovem residente em Belford Roxo que morreu em 2002, aos 28 anos no sexto mês de gravidez).      

Na oportunidade também será discutida a polêmica medida provisória  557 referente ao Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna.

Informações com Luceni ou Marmo no criola@criola.org.br ou no semireligafro2007@yahoo.com.br 

Foto: google

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Rede de Mulheres Negras do Paraná comemora 6º aniversário com Oficina

Para comemorar seu 6º aniversário a Rede Mulheres Negras – PR vai realizar um evento para discutir as questões de gênero e raça.

IV Oficinas GÊNERO E RAÇA
DATA: 04 e 05/02/2012
LOCAL: Auditório da 2ª Regional de Saúde. Rua Barão do Rio Branco, 465, 2º andar(entrada pela André de Barros), Curitiba – PR.

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR:
Dia 04/02:
- 08:30h: Abertura

- 09 às 10:30h: Oficina “Indicadores Sociais de Saúde – Especificidades de Gênero e Raça” – Sueli Coutinho – UBM/PR

- 10:30 às 12:00h: Oficina “Atenção à Saúde da População Negra no Paraná”Lucimar Pasin de Godoy – SPP/SESA

- 13:30h: Oficina “Auto-estima e Superação” - Terezinha Cândida Gonçalves Lopes - Cornélio Procópio - PR

- 16:00h: Lançamento: Cartilha do Projeto “Mulheres da Prevenção”. Apresentação Banda Setembrina e Coquetel.

- 17:30h: Assembléia Ordinária da Rede Mulheres Negras - PR


Dia 05/02:
- 09 às 10:30h: Oficina “Educação e Raça”

- 10:30 às 11:30h: Oficina “A Deusa Interior” – Nazaré Nery – ASSEMPA

- 11:30h: Encerramento

Inscrição gratuita, vagas limitadas. Serão emitidos certificados.

Telefones: (41) 3379-1124 e (41) 3322-6376

AMNB no Fórum Social Temático em Porto Alegre


A Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB - estará realizando o Painel: Mulheres Negras e a Ocupação de Espaços de Empoderamento na Sociedade, dentro da programação do Fórum Social Temático “Crise capitalista, justiça social e ambiental”.

Data: 25 de janeiro de 2012.
Horário: das 14h às 18h
Local: Casa de Cultura Mário Quintana – Sala C2, 2º andar, ala oeste.
Rua dos Andradas, 736 – Centro – Porto Alegre

Painelistas
Luiza Bairros – Ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR
Epsy Campbell Barr – Centro de Mujeres Afrocostarricenses, militante feminista negra, Ex-Deputada.
Márcia Santana - Secretária de Política para as Mulheres do RS
Maria Conceição Lopes Fontoura – Coordenação da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras

Apoio:
SEPPIR - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
SPM/RS – Secretaria de Política para as Mulheres do Estado do RS
Casa de Cultura Mário Quintana.
Fundação Ford
ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres

Contato: Simone Cruz – 51-3062.7009/51-9314.3777

Criola abre inscrições para o Curso de Atualização na Diáspora Africana

Seleção 2012
VI Curso de Atualização: "A Teoria e as Questões Políticas
da Diáspora Africana nas Américas"
  Criola, através do Programa MultiVersidade Criola , um espaço de formação feminista e anti-racista para mulheres negras, o Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos (PROAFRO) do Centro de Ciências Sociais da  Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade do Texas em Austin, através do Centro de Estudos Africanos e Afro-americanos (CAAAS), do Departamento de Estudos da África e da Diáspora Africana, e do Instituto de Estudos Latino Americanos Teresa Lozano Long (LILLAS), torna público a abertura de inscrições para selecionar alunas e alunos para o VI Curso de Atualização: "A Teoria e as Questões Políticas da Diáspora Africana nas Américas" 

 O curso oferece 20 vagas. E será realizado nas dependências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), às segundas e quartas-feiras, de 13h às 18h, no período de 18/06 a 27/07 de 2012, com carga horária total de 60h. Será considerada aprovada a aluna e o aluno que atender aos critérios de avaliação do curso: 1) freqüência de até 75% do total de horas do curso, 2) apresentar resumo e perguntas para debate em pelo menos 2 aulas, 3) entrega de um paper acadêmico ao final do curso, de 15 à 20 páginas, baseado em trabalho etnográfico, de arquivo ou de caráter sociológico, com foco no Brasil 

Poderão se inscrever para a seleção ativistas dos movimentos sociais, negro e de mulheres negras, bem como estudantes universitárias/os em nível de graduação e pós-graduação.

Condições para a participação
  a)      Ter no mínimo domínio intermediário da língua inglesa para leitura e compreensão 
 b)      Ter disponibilidade de tempo de no mínimo 15 horas semanais para freqüentar as aulas e para a leitura da bibliografia. 

A ficha de inscrição está disponível em anexo e on-line nos sites: www.criola.org.br e www.neab-proafro.uerj.br. As/os interessadas/os deverão preencher esta ficha, enviá-la por e-mail para diasporaafricana@criola.org.br anexando um curriculum vitae (três páginas no máximo) com informações sobre formação, a ação antirracista e feminista, participação em eventos acadêmicos e/ou ativistas. A ficha de inscrição e o curriculum vitae só serão aceitos por e-mail e deverão ser enviados no período de 19/12/2010 à 29/02/2011.

A lista com o nome d@s selecionad@s para o curso será publicada no site de Criola e do PROAFRO no dia 23/03/2012.

Confira o edital completo em anexo e nos sites acima citados. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Criola investe em camisetas criativas


Investir no trabalho das mulheres negras é vestir Criola nesse verão.

Escolha a camiseta que voce vai vestir, mas antes faça contato conosco pelo telefone (21) 2518-6194 ou pelo e-mail criola@criola.org.br
O dom ou o carma de assuntar peripécias na encruzilhada

por Fátima Oliveira, Jornal OTEMPO


Fátima de Oliveira, médica e pesquisadora
No atual governo, o Brasil patina quando instado a referendar sua laicidade e a agenda republicana; e o faz às custas dos corpos das brasileiras, não fugindo à regra fundamentalista de santificar a maternidade e de satanizar as mulheres. Ai, meus sais!

Estamos numa encruzilhada. Há satanização maior do que, sem revogar a Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento (2004), ao emitir uma Medida Provisória (MP) que diz ser linha auxiliar do combate à morte materna, omitir a atenção ao aborto inseguro, não mencionar a palavra aborto nem usar a terminologia direitos reprodutivos?

Desconfio de quem desconhece o aborto inseguro como causa importante de óbitos maternos no Brasil. A MP 557 viola o direito à privacidade (cadastro nacional de grávidas); e sua exposição de motivos desconhece o inteiro teor e a extensão dos compromissos do Brasil no âmbito da ONU, não restritos às Metas do Milênio (Cúpula do Milênio, Nova York, 6 a 8.9.2000) nem por elas anulados.

Haverá uma MP para cada Meta do Milênio: 1. Erradicar a pobreza e a fome; 2. Atingir o ensino básico universal; 3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; 4. Reduzir a mortalidade infantil; 5. Melhorar a saúde materna; 6. Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; 7. Garantir a sustentabilidade ambiental; e 8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento?

Fora o auxílio-transporte para o pré-natal e a reafirmação do direito a acompanhante no trabalho de parto, no parto e no pós-parto imediato, o restante da MP 557 é dispensável e o Ministério da Saúde sabe bem que sim. No essencial, registra o “lá vem o Brasil descendo a ladeira do conservadorismo” ao conferir personalidade civil ao nascituro, desrespeitando a Constituição Federal de 1988. Ou a MP foi para isso?

Sou testemunha ocular, e tenho cópia, da fala do embaixador do Brasil no Chile, Gelson Fonseca Júnior, chefe da delegação brasileira na Reunião da Mesa Diretora Ampliada do Comitê Especial de População e Desenvolvimento (10 e 11.3.2004, Santiago do Chile), que afirmou [e a autora concorda plenamente] que, sem cuidar do aborto inseguro, combater a morte materna seria uma miragem. O Brasil ali entendia que as Metas do Milênio eram uma pauta minimalista e a confissão de um fracasso: os governos não deram conta de cumprir o disposto nas Plataformas de Ação das Conferências da ONU da década de 1990 e “jogaram a toalha”, elegendo oito prioridades.

Disse o embaixador Gelson Fonseca Júnior:
“O meu país reafirma a Plataforma de Ação do Cairo (1994) e as definições do Cairo +5 (1999); referenda os direitos e os serviços de saúde reprodutiva, e o direito de adolescentes a informações e acesso, com privacidade e confidencialidade, a serviços de saúde reprodutiva; reafirma o acesso à prevenção do HIV e ao tratamento da Aids como direitos humanos; enfatiza o combate à morte materna e a atenção aos múltiplos fatores que a causam, destacando o parágrafo 63 do Cairo +5 (atenção ao aborto inseguro); e explicita que, se não se respeitar e implantar o definido em Cairo, as Metas do Milênio serão inalcançáveis!”.

E finalizou seu discurso ovacionado ao dizer:
“Problemas comuns exigem estratégias concertadas. Minha delegação reitera total apoio ao Consenso do Cairo e se soma à maioria dos países que endossa a declaração que deverá resultar da presente reunião. Esta é uma reunião de alta significação política e esperamos que tenha a sua expressão na dita declaração”.

É pra jogar no lixo? Arrogância tem limites.

Foto: Google

Saúde da População Negra no Canal Saúde

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Veja a  entrevista do psicólogo Marco Antonio Guimarães que aborda os impactos do racismo na saúde mental e o sofrimento psíquico.

Vale a pena conferir.